O escopo do Sistema de Gestão da Segurança da Informação (SGSI) é uma exigência da ISO 27001 e uma decisão estratégica que define o que a empresa realmente quer proteger, comunicar e destacar no mercado.
Quando uma organização decide implementar a ISO/IEC 27001, um dos primeiros passos é definir o escopo do SGSI, e esse é um dos pontos mais críticos de todo o processo.
O escopo vai além de uma descrição técnica e se torna a porta de entrada para o cliente compreender o que o sistema de gestão protege e, portanto, o que de fato está coberto pelo certificado. É o escopo que aparece no documento de certificação e é o que o cliente lê quando avalia se pode confiar nos seus serviços.
Por isso, ele precisa fazer sentido para o negócio, refletindo as operações reais da empresa, suas prioridades estratégicas e os diferenciais que deseja evidenciar no mercado.
Dessa forma, definir o escopo é determinar até onde o SGSI se aplica dentro da organização. Isso inclui identificar os ativos de informação que precisam ser protegidos, os processos críticos que dão suporte ao negócio e os serviços que devem estar em conformidade com a norma. Assim, a empresa estabelece os limites de atuação do sistema e garante que a gestão seja prática, objetiva e alinhada às necessidades reais.
O que é SGSI?
Baseado na norma ISO/IEC 27001, o Sistema de Gestão de Segurança da Informação consiste em políticas, processos e controles adotados por uma organização para administrar a segurança da informação. O SGSI garante os princípios de confidencialidade, integridade e disponibilidade das informações.
O que é o escopo do SGSI?
O escopo do SGSI deve responder, de forma clara e objetiva: “O que a empresa quer proteger e por quê?”
Isso envolve:
- Identificar quais ativos de informação são críticos para a operação;
- Determinar quais processos e serviços estão dentro da gestão;
- Entender quem são as partes interessadas (clientes, parceiros, fornecedores, reguladores);
- E principalmente, alinhar o sistema às estratégias e objetivos do negócio.
Um escopo bem definido demonstra que a empresa não busca a certificação apenas para cumprir um requisito, mas para fortalecer a confiança de clientes e parceiros, reduzir riscos e gerar vantagem competitiva.
O que diz a ISO 27001?
A cláusula 4.3 – Determinação do Escopo do SGSI orienta que a organização deve determinar os limites e a aplicabilidade do seu SGSI. Para isso deve considerar:
- Quais fatores internos e externos impactam a segurança da informação;
- Quais as partes interessadas, suas necessidades e expectativas relevantes para o SGSI;
- Quais as interfaces e dependências das atividades realizadas pela organização e aquelas que são desempenhadas por outras organizações.
Ou seja, o escopo deve refletir o contexto estratégico da empresa e as interfaces com terceiros: fornecedores, provedores de nuvem, parceiros de desenvolvimento, entre outros.
Qual é o propósito do escopo do SGSI?
O principal propósito em estabelecer o escopo do SGSI é definir o que você deseja proteger. Empresas que o definem de forma inteligente, usam a ISO 27001 como diferencial de mercado.
Um bom escopo comunica credibilidade, mostrando ao cliente que os serviços mais críticos estão sob um sistema de gestão auditado, controlado e certificado. Essa decisão cabe à própria organização. A partir do momento em que ele é definido, a organização assume a responsabilidade por garantir a proteção dessas informações, independentemente de onde estejam armazenadas, de que forma sejam utilizadas ou por quem sejam acessadas. O objetivo é assegurar que a proteção da informação esteja alinhada às prioridades estratégicas da empresa e que exista um compromisso formal de manter esses ativos seguros.
Um escopo genérico, por outro lado, transmite insegurança e fragilidade, e muitas vezes reduz o valor percebido da certificação. São alguns exemplos disso:
- Genérico: “Serviços de tecnologia da informação”
- Específico: “Desenvolvimento, sustentação e suporte de plataformas SaaS voltadas à gestão de compliance”
Como definir o escopo do SGSI na prática?
Definir o escopo exige autoconhecimento organizacional. A norma orienta que a empresa considere tanto as questões internas quanto as externas que afetam a segurança da informação isso inclui: observar as expectativas de clientes, fornecedores, investidores e demais partes interessadas, assim como as interfaces, dependências criadas com terceiros que prestam serviços ou fornecem tecnologia, os requisitos legais e regulatórios aplicáveis precisam estar incorporados, e, por fim, o escopo deve refletir as necessidades reais do negócio, priorizando os ativos de informação mais relevantes para a continuidade das operações.
De modo prático isso significa mapear:
- Questões internas: cultura organizacional, estrutura, processos, tecnologias em uso, nível de maturidade em segurança e governança.
- Questões externas: ambiente regulatório (como LGPD, PCI DSS, requisitos de clientes), cenário de ameaças, tendências de mercado e dependência de fornecedores.
Uma boa forma de iniciar é realizar uma análise SWOT voltada à segurança da informação:
- Forças: o que já está bem estruturado (ex.: backups, políticas, governança).
- Fraquezas: onde há vulnerabilidades ou falta de processos.
- Oportunidades: diferenciais competitivos que a certificação pode gerar (ex.: novos mercados, aumento de credibilidade).
- Ameaças: riscos externos que podem impactar o negócio (ex.: ataques, mudanças legais, vazamentos).
Essa análise ajuda a alinhar o SGSI ao posicionamento estratégico da empresa, garantindo que o escopo seja coerente com a realidade e as ambições do negócio.
Toda empresa que busca a ISO 27001 tem uma motivação central e ela precisa estar clara para direcionar o escopo.
Pergunte-se:
- Estamos buscando a certificação para atender exigências de mercado ou clientes?
- Queremos fortalecer a governança e reduzir riscos internos?
- Ou buscamos usar a norma como diferencial competitivo e posicionamento de marca?
O motivo pelo qual a empresa precisa da ISO 27001 define o tom do escopo. Por exemplo, se o objetivo é conquistar novos clientes corporativos, o escopo deve incluir os serviços ofertados externamente. Já se o foco é maturidade interna, ele pode abranger processos de TI e gestão de riscos.
Por fim, o escopo precisa ser validado pela alta direção e documentado oficialmente. Ele deve estar alinhado ao propósito do negócio e comunicado de forma clara. Ao finalizá-lo, pergunte-se:
- O escopo transmite credibilidade e clareza para o cliente?
- Está alinhado com a estratégia e diferenciais da empresa?
- Representa os serviços mais críticos e relevantes para o mercado?
Se as respostas forem “sim”, o escopo cumpre seu papel e traduz a essência do negócio dentro da estrutura de gestão da segurança da informação.
Ainda tem dúvidas de como definir o escopo ideal do SGSI para sua empresa?
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Vamos entender o contexto da sua empresa, esclarecer suas dúvidas e ajudar você a estruturar um escopo inteligente, estratégico e alinhado ao seu negócio.